Tem 90 estações embelezadas por 150 artistas. Acabou de abrir um hotel boutique junto de uma das paragens.
O mais recente hotel boutique de Estocolmo é o sonho dos viajantes mais requintados: inaugurado no final deste verão, o Bank Hotel oferece uma mistura de inspiração aristocrática e de cunho histórico, com design avant garde e moderno. Mas o melhor mesmo é que fica num local perfeito — tornando-se assim mais um motivo ou incentivo —, para visitar a maior galeria de arte do Mundo: a galeria de arte do Metro de Estocolmo.
Construído para parecer um palácio renascentista, o novo Bank Hotel situa-se no sofisticado bairro de Östermalm, junto a lojas de qualidade, museus e restaurantes. Muitos dos seus detalhes homenageiam a vida anterior do prédio, como um banco, na década de 1910.
O hotel tem 115 quartos e suites, muitos com janelas do chão ao teto e mesmo com todos estes luxos, os preços começam nos 200€ por noite.
A unidade torna-se assim mais uma desculpa, se mais fossem precisas, para visitar a cidade dos espaços verdes, da água a perder vista, do trânsito calmo, da qualidade de vida e da boa gastronomia, como é a incrível capital da Suécia. E, claro, para conhecer um dos seus ex-libris: a maior galeria de arte do Mundo.
Para ver esta indescritível mostra, nem precisa de procurar: só tem de andar de metro. Trata-se na verdade, e muito simplesmente, do sistema de metropolitano de Estocolmo, chamado de T-Bana. São 110 quilómetros de transporte e de muita, e variada, arte.
Na capital da Suécia, andar de transporte debaixo da terra é um meio de mobilidade mas é também um destino, pois mais de 90 das 100 estações foram sendo decoradas com esculturas, pinturas, desenhos, mosaicos, instalações e relevos de mais de 150 artistas, ao longo de mais de cinco décadas.
Tudo começou em 1950, quando a concessionária teve a ideia de adornar com arte a a primeira estação de metro a ser construída em Estocolmo, a T-Centralen.
Com o passar do tempo, estação após estação, mais de 150 artistas participaram na criação de instalações. Os convidados foram deixando o seu contributo à medida que as novas estações foram construídas mas, com o tempo, mesmo as erguidas sem qualquer arte foram enfeitadas.
Na grande maioria das estações a rocha foi deixada exposta de propósito, durante a construção, para servir de melhor tela às arrojadas instalações.
Todas contam uma história, todas têm um design próprio, um cunho ou um propósito: na estação que serve o novo hotel, Östermalmstorg, por exemplo, a artista Siri Derkert destaca os direitos das mulheres, a paz e questões ambientais. Em Kungsträdgården, toda a área parece uma escavação arqueológica, com os restos do antigo palácio de Estocolmo Makalös. Na estação inaugural, T-Centralen, há azulejos dos anos 50 e na Stadion, os desenhos de 1973 celebram as Olimpíadas de 1912, que Estocolmo recebeu em estádios ali perto.
E o melhor é que tudo isto é acessível pelo preço de um bilhete de metro válido. E que, por este preço, consegue mesmo participar numa visita guiada de estações com um especialista.
Para quem quer um conhecimento mais aprofundado sobre o que moldou as várias estações e as ideias dos seus artistas, a Metro de Estocolmo oferece estas visitas de arte guiadas durante todo o ano. Embora as tours sejam gratuitas, a versão inglesa só está disponível durante a temporada de verão, de junho a agosto, o que convém para quem não percebe sueco. No entanto, é uma excelente oportunidade para aprender sobre arte pública na Suécia e sobre este incrível fenómeno das estações decoradas.
Para visitar a arte do metro de Estocolmo, a melhor altura é fora do horário de pico, ou seja, evitando as horas em que as pessoas o utilizam para ir para ao trabalho. Ao final da manhã ou inicio da tarde, durante a semana, é boa ideia.
Para todo o itinerário, guarde umas boas horas, sobretudo se quiser visitar as estações mais distantes. O sistema de metro de Estocolmo é fácil de navegar, com apenas três linhas (vermelha, azul e verde) e tudo bem sinalizado, mas vale mesmo a pena perder pelo menos uma manhã, sobretudo se for para andar entre várias linhas.
Um bilhete de uso único para o Stockholm T-Bana custa pouco mais de três euros e é válido por 75 minutos. No entanto, o ideal é comprar um passe de 24 horas, custa cerca de 14€. Também pode escolher bilhetes de 72 horas ou de um mês. Os preços são sempre atualizados no site do metro.
E o melhor é que pode visitar tudo isto quer chova ou faça sol e consegue ir alternando com as visitas de tudo o que não pode perder em Estocolmo, como o Palácio Drottningholm, o Palácio Real, a Catedral ou o Museu dos Abba.
Fonte: https://nit.pt
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